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 Evento na PUC-Rio discute resultado de pesquisa sobre impacto das mudanças climáticas e dos incêndios florestais no Alto Xingu

Nesta tarde de 19 de abril, o Departamento de Química, do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) promoveu o seminário Impactos e desafios das mudanças climáticas no Brasil, no Auditório Padre Anchieta – Pilotis do edifício Cardeal Leme, da universidade, na Gávea. No encontro, foram apresentados alguns resultados do projeto Avaliação de impacto à saúde decorrente das mudanças climáticas e dos incêndios florestais sobre os povos indígenas, realizado em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. O evento contou também com a participação de especialista do INPE e de professores de outros centros da PUC.
 

“Entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, fizemos uma pesquisa de campo com 117 pessoas, entre elas 15 lideranças de aldeias Ulupuene, Topepeweke e Yawalapiti, localizadas no Alto Xingu sobre a percepção das mudanças climáticas na saúde. Entre os principais achados que podemos citar temos: a diminuição da quantidade de peixes, mudança de hábitos no plantio da mandioca, alteração no calendário tradicional de plantio, redução da jornada de trabalho em função do calor, fuga de animais e alteração da cadeia alimentar local. Essas foram as principais alterações apontada pelos indígenas”, explica Ana Schramm, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
 

Paralelo ao seminário, a PUC-Rio também exibe, até o dia 25 de abril, no bloco B do edifício Cardial Leme, a Mostra Fotográfica “Impacto à saúde das mudanças climáticas e dos incêndios florestais sobre os povos xinguanos”, que reúne fotografias de Henrique Santian e Pirata Waura, tiradas durante as viagens de campo às aldeias da região do Alto Xingu.
 

“Os indígenas percebem a natureza com mais intensidade e buscam estratégias de adaptação. Porém, algumas elevam o risco de doenças. Foram observados e relatados problemas alimentares causados por infecções, aumento de pedras no rim, de casos de hipertensão e diabetes. Com a alteração na disponibilidade dos alimentos naturais – principalmente peixes, pequi e mandioca – os indígenas passaram a consumir produtos processados das cidades. Há também o aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares associadas a poluentes como as partículas, devido a queima de lenha dentro das ocas”, afirma Adriana Gioda, professora do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio, uma das responsáveis pelas análises químicas e organizadora do evento.

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