Mercúrio dentro das lâmpadas é altamente tóxico para pessoas; associação Reciclus recomenda que a operação seja feita em locais adequados
Entre 2017 e 2024, 39,9 milhões de lâmpadas fluorescentes tiveram descarte ambientalmente adequado, principalmente em relação ao mercúrio usado nos dispositivos. O dado é da Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação – Reciclus, entidade responsável pela logística reversa das lâmpadas que contêm mercúrio em sua composição.
O mercúrio é um dos elementos químicos mais perigosos para a saúde humana e está presente em muitos objetos do cotidiano, como lâmpadas, pilhas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição humana ao metal pode acarretar problemas graves que vão de danos cerebrais a complicações respiratórias.
Descarte
Para que o descarte desses produtos seja feito de forma ambientalmente correta, é preciso haver sistemas apropriados de coleta e destinação final. A Reciclus atua nesse sentido e é uma das entidades que possui pontos de coleta nos estabelecimentos e uma rede de parceiros, disse Camilla Horizonte, gerente de operações e marketing da Reciclus.
“Qualquer estabelecimento que comercialize lâmpadas, caso esteja disponível pelo Acordo Setorial, pode ter um coletor da Reciclus gratuitamente e, assim, receber todo o suporte necessário para transporte, instalação e retirada de lâmpadas quando solicitado”, assinala. Segundo a entidade, há coletores espalhados em todo o Brasil e tem sido realizada desde 2017, ano de fundação da Reciclus.
Quando o coletor do estabelecimento atingir a capacidade de 80%, o responsável precisa fazer a solicitação de coleta pelo site da entidade e os parceiros homologados farão o transporte e a destinação ambientalmente correta nas recicladoras. “É imprescindível estabelecer um planejamento logístico rigoroso em colaboração estreita com os transportadores e recicladores devidamente homologados”, disse a coordenadora de sustentabilidade e logística da Reciclus, Natalia Fochi.
Apesar de o Brasil não produzir mais lâmpadas fluorescentes e sua importação estar diminuindo, a comercialização e o uso ainda são relevantes. De janeiro a abril, o País importou 633 mil lâmpadas fluorescentes, de acordo com a Reciclus. Em 2023, o volume importado foi de 7,5 milhões de unidades, quantidade menor em relação a 2022, quando foram trazidas 12 milhões de unidades. Estima-se que a vida útil de uma lâmpada fluorescente seja de 10 mil a 15 mil horas.
Engajamento
Para fazer o descarte adequado, a conscientização é fundamental para engajar o consumidor a sair de sua casa e dar a destinação correta, reforça o embaixador do Movimento Circular Flavio Ribeiro. “Precisamos trabalhar valores e orientações práticas para que as pessoas saibam por que e como isso deve ser feito.”
A Reciclus, por sua vez, tem o compromisso de contribuir para a Educação Ambiental, especialmente de crianças e jovens, para que possamos juntos contribuir para um planeta melhor. Isso inclui esforços de divulgação, educação, conscientização e orientação dos consumidores sobre como lidar com os resíduos de lâmpada de forma adequada para não causar dano ambiental e direcionamento à destinação adequada.
“Assim, fechamos o ciclo de vida da lâmpada e evitamos a extração de novos recursos naturais, promovendo a economia circular”, observa Camilla, que convida o público a conhecer o programa Reciclus Educa. Ele tem por objetivo oferecer gratuitamente materiais educativos sobre Educação Ambiental para professores e alunos de escolas públicas e privadas.