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A Batalha Final: Como a Desconstrução de Imagem Pode Virar o Jogo Eleitoral

Nos últimos dias de uma campanha eleitoral, cada movimento estratégico pode ser decisivo para definir o resultado das urnas. Em um cenário onde a competição é acirrada, a desconstrução de narrativas e personas construídas pelos oponentes emerge como uma ferramenta essencial para garantir uma campanha competitiva e, possivelmente, a vitória. Este artigo explora a importância da desconstrução na etapa final de uma campanha majoritária, destacando a superioridade da guerrilha digital sobre as fake news.

A desconstrução, no contexto eleitoral, refere-se ao processo de desmantelar a imagem cuidadosamente construída pelos oponentes. Nos últimos 20 dias de campanha, quando muitos eleitores ainda estão indecisos, essa estratégia pode influenciar decisivamente suas opiniões. A desconstrução eficaz revela inconsistências, expõe vulnerabilidades e desafia a narrativa dominante do adversário, permitindo que os eleitores reconsiderem suas escolhas.

Em campanhas majoritárias, os candidatos constroem narrativas e personas que ressoam com o eleitorado. Desconstruir essas construções é crucial para minar a credibilidade do oponente. Isso pode envolver a exposição de contradições, a exploração de falhas em suas propostas ou a revelação de comportamentos inconsistentes. Ao fazer isso, a campanha não apenas enfraquece a base de apoio do adversário, mas também reforça sua própria posição como uma alternativa viável.

Apesar de sua notoriedade, as fake news são a pior maneira de se tentar desconstruir um oponente. Além de serem eticamente questionáveis e potencialmente ilegais, elas são uma ferramenta fraca e ineficaz. Fake news podem ser facilmente desmascaradas, resultando em danos à credibilidade de quem as dissemina. Além disso, o uso de informações falsas pode alienar eleitores informados e críticos, que valorizam a integridade e a verdade.

A dependência de fake news pode rapidamente destruir a reputação de uma campanha se as informações forem desmentidas. Em muitos países, incluindo o Brasil, onde pessoalmente trabalhei pela legislação que torna as famigeradas fakes news em crime, a disseminação delas pode resultar em penalidades legais severas. Eleitores estão cada vez mais céticos e capazes de identificar informações falsas, tornando essa estratégia ineficaz.

Em contraste, a guerrilha digital se destaca como uma abordagem poderosa e legítima para a desconstrução. Utilizando a webmilitância, as campanhas podem engajar eleitores de maneira autêntica e impactante. Essa estratégia envolve o uso de conteúdo factual, humorístico e viral para desafiar as narrativas dos oponentes, criando uma presença digital robusta e influente.

Produzir vídeos e memes que utilizem fatos verificados para criticar o oponente garante que o conteúdo seja compartilhável e ressoe com o público. Interagir diretamente com os eleitores nas redes sociais, respondendo a dúvidas e promovendo discussões construtivas, fortalece o engajamento autêntico. Além disso, utilizar dados para direcionar mensagens específicas a grupos de eleitores aumenta a eficácia da comunicação.

Na reta final de uma campanha eleitoral, a desconstrução de narrativas e personas dos oponentes é fundamental para garantir uma campanha competitiva. Enquanto as fake news representam uma abordagem fraca e arriscada, a guerrilha digital oferece uma estratégia poderosa e ética para influenciar a opinião pública. Ao adotar técnicas de desconstrução baseadas em fatos e engajamento digital, as campanhas podem não apenas desafiar seus oponentes, mas também fortalecer sua própria posição no cenário eleitoral.

Pessoalmente, considero a hipocrisia que cerca o mercado do marketing político um tema fascinante e, ao mesmo tempo, preocupante. Este tipo de estratégia é muitas vezes tratado como um tabu na área, mesmo sendo amplamente utilizado nos bastidores. A desconstrução de imagem é uma prática comum, mas raramente discutida abertamente, o que revela uma certa duplicidade no discurso dos profissionais do setor. Enquanto muitos condenam publicamente tais práticas, nos bastidores, reconhecem sua eficácia e até a implementam. Esta dissonância ressalta a necessidade de uma discussão mais transparente e honesta sobre as táticas utilizadas nas campanhas políticas.

Marcelo Senise – Idealizador do IRIA – Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial,  Sócio Fundador da Comunica 360º e CEO da CONECT.IA, Sociólogo e Marqueteiro, atua a 35 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, e em informação e contrainformação, precursor do sistema de analise em sistemas emergentes e Inteligência Artificial.

Twitter: @SeniseBSB / Instagram: @marcelosenise

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