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REDE AGORA SP: Ano de COP 30 reacende debate sobre meio ambiente e educação

Descubra quanto de Mata Atlântica existe em você!

Pedagoga apresenta ferramentas que podem auxiliar educadores e professores em uma abordagem econômica e consciente_

Com os fenômenos climáticos cada vez mais evidentes, as mudanças de estação e a preocupação com o meio ambiente voltam ao centro das discussões. Em um ano marcado pela realização da COP 30 no Brasil — a maior conferência da ONU sobre mudanças climáticas —, o debate sobre educação ambiental se intensifica, reforçando a urgência de uma consciência regenerativa em relação ao planeta.  

Especialistas apontam que o ensino sobre sustentabilidade e a vivência em meio a natureza desde a infância é essencial para formar adultos mais conscientes e comprometidos com o futuro do planeta.

A pedagoga Maria Malerba defende que a escola é um dos principais espaços para despertar o interesse das crianças sobre temas ambientais. “O contato com a natureza, a observação das estações do ano e a compreensão de fenômenos climáticos contribuem para que os alunos sintam-se integrados à natureza, o que os leva além ao entender a importância da preservação do meio ambiente. Simples hábitos, como aulas e brincadeiras em meio aos espaços naturais, cultivo de uma pequena horta, evitando sempre o desperdício de água e ações como separar o lixo reciclável, e a conscientização contra o desperdício, podem fazer a diferença”, afirma.

De acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA) aumentou a quantidade de lixo produzida por habitante no país. Ao todo foram 81 milhões de toneladas em 2023, cerca de 382 kg descartado por habitante durante um ano no Brasil. A Região Sudeste é a maior geradora de resíduos e também a que possui maior produção por habitante. 

“Quanto maior o poder de compra, mais as pessoas consomem e geram resíduos. Quando não tratado e descartado incorretamente, maior o prejuízo ambiental. Daí a necessidade de ensinar desde cedo sobre o valor do dinheiro e o desperdício para as crianças”, explica a pedagoga.

Ela ainda acrescenta que a relação entre educação e sustentabilidade também passa pelo conceito de que ecologia e economia devem caminhar juntas, ambas possuem a mesma raiz, oikos, que em grego significa “casa”, “lar”. Logos significa “conhecimento” enquanto nomos significa “gestão”. 

“Ensinar sobre consumo consciente também tem impacto econômico. Uma criança que aprende a reduzir, reutilizar e reciclar se torna um adulto mais preparado para escolhas sustentáveis, inclusive no mercado de trabalho e na gestão de recursos financeiros”, pontua.

Ferramentas pedagógicas auxiliam em sala de aula

No contexto das mudanças climáticas, o outono também pode ser uma ferramenta pedagógica para as crianças maiores, de ensino fundamental, por exemplo. A estação, que antes era marcada por padrões climáticos bem definidos, tem sido afetada pelo aquecimento global, trazendo eventos extremos como estiagens prolongadas e chuvas intensas. “Observar essas mudanças e discutir suas causas nas escolas, com as crianças maiores, é uma forma de preparar as novas gerações para um futuro onde a consciência ambiental será essencial”, explica Maria Malerba.

Já na educação infantil,  aulas em meio a natureza, contextos investigativos no jardim da escola com as folhas que caem, com a terra, podem ser excelentes opções, segundo a pedagoga. “A utilização de materiais naturais como galhos, flores e tintas extraídas de sementes e frutos são ferramentas simples mas muito potentes para não permitir o distanciamento da criança com a natureza, o que naturalmente cultiva nela o sentimento de pertencimento e cuidado, suficientes nessa idade para um futuro mais consciente”.

A pedagoga explica que disciplinas como Matemática, Ciências e Língua Portuguesa, por exemplo, podem tirar proveito da nova estação e usar como gancho na resolução de problemas envolvendo economia de energia e reciclagem. “Através de leituras de histórias ou explorando poesias, contos inspirados no outono, o professor incentiva os alunos a escreverem suas próprias histórias. Ou também, desenvolvendo atividades com gráficos sobre temperaturas médias, enfim uma série de opções para serem usadas em salas de aula”.

Conferência do Clima – Brasil sede da COP 30

Atualmente importantes eventos globais têm acontecido em busca de ampliar o debate sustentável. Em novembro do ano passado, o encontro do G20, sediado no Rio de Janeiro, foi um exemplo, e neste ano de 2025, em Belém, o Brasil sediará a COP 30, 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.  Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias de conferência. Os líderes das principais economias do mundo estão discutindo formas estratégicas e colaborativas de salvar o planeta. 

Diante desse cenário, o papel das escolas é fundamental para integrar o aprendizado acadêmico com a vivência prática. A integração em meio a natureza, aliada a educação ambiental, quando trabalhada desde os primeiros anos, podem ser os principais caminhos para um futuro mais equilibrado entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

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