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Avanços no tratamento revolucionário de Alzheimer e novos critérios para diagnosticar a doença dão esperança a milhões de pacientes

No último dia 2 de julho, a FDA (Food and Drug Administration), agência regulatória de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, equivalente a Anvisa do Brasil, aprovou um novo medicamento para tratamento da Doença de Alzheimer, especialmente em seu estágio inicial. Trata-se do donanemab-azbt, sob nome Kisunla™. Ele se junta ao lecanemab (Leqembi™), droga que também foi recentemente aprovada e que tem sido utilizada em pesquisa pelo Rambam Health Care Campus, de Haifa, ao norte de Israel, com demonstrações animadoras de que podem ser eficazes para retardar a progressão da doença.
 

O número expressivo de pacientes que sofrem com a doença revela a importância do avanço da medicina em busca de tratamentos. Em todo o mundo, são cerca de 50 milhões de pessoas que vivem com alguma forma de demência. Somente no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas são diagnosticadas com Alzheimer, com 100 mil novos casos a cada ano.
 

Os últimos avanços dizem respeito a uma recente mudança revolucionária nas diretrizes para o diagnóstico da doença de Alzheimer, bem como novos medicamentos para o seu tratamento, que começam a mudar os resultados para os pacientes nas fases iniciais da doença.
 

Novos critérios publicados pela Alzheimer’s Disease International, dedicados ao tratamento, apoio e investigação da doença, marcam uma mudança significativa de um diagnóstico exclusivamente clínico para um diagnóstico baseado em marcadores biológicos, semelhante ao diagnóstico de doenças como cancro, doenças cardíacas e diabetes.

“Anteriormente, o diagnóstico da doença de Alzheimer dependia fortemente do declínio cognitivo e do comprometimento do funcionamento diário. No entanto, as diretrizes atualizadas permitem o diagnóstico utilizando marcadores biológicos e exames de sangue, permitindo a detecção da doença antes mesmo que os sintomas se manifestem”, destaca o professor David Tanne, diretor do Instituto de AVC e Cognição do Rambam, e presidente cessante da Associação Neurológica de Israel.

A professora Judith Aharon-Peretz, diretora da Unidade de Neurologia Cognitiva do Rambam, detalha: “essas novas diretrizes são fundamentais para a antecipação no diagnóstico e tratamento precoce. Os critérios revisados ​​definem a doença como um processo biológico que começa com o aparecimento de alterações no cérebro. Essas mudanças ocorrem antes que surjam problemas de memória e pensamento. Ao identificá-las mais cedo, podemos iniciar o tratamento de forma mais eficaz”.
 

Paralelamente aos novos critérios, o hospital israelense está dedicado ao estudo dos dois novos medicamentos aprovados pela FDA para o tratamento da Doença de Alzheimer em fase inicial. O Instituto de Cognição e AVC do Rambam é um dos poucos centros médicos no mundo que tratam pacientes de Alzheimer com lecanemab. Além dele, apenas alguns centros médicos nos EUA e no Japão o utilizam. A primeira paciente do hospital israelense é uma mulher com 50 anos diagnosticada com Alzheimer em fase inicial, que tem recebido o medicamento por via intravenosa a cada duas semanas.
 

“Os ensaios clínicos mostram a eficácia desse medicamento no retardamento do declínio cognitivo e funcional durante o tratamento. Juntamente com o diagnóstico precoce, o uso de drogas avançadas está trazendo boas respostas ao paciente. Estamos no meio de um período emocionante, dinâmico e de mudança no diagnóstico e tratamento da doença, o que podemos definir como o início de uma revolução diagnóstica e terapêutica”, celebra Tanne.

Apesar de aprovados pela FDA, os medicamentos ainda não estão disponíveis no conjunto de serviços nacionais de saúde de Israel. Contudo, avalia o especialista do Rambam, “o mercado crescente para estas novas terapias medicamentosas podem acelerar o processo que conduz à sua inclusão, tornando assim o tratamento acessível a mais pacientes num futuro próximo”.

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