Faltam poucos dias para o encerramento da exposição ‘Da Terra que Somos’ aberta em novembro no Museu Nacional da República, em Brasília. As obras da artista Sonia Dias Souza podem ser vistas até dia 17 de fevereiro, e convidam a uma reflexão sobre a transformação da natureza, a relação do homem com ela e o seu lugar no Universo.
Com curadoria e texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra é um convite para que o público se engaje em uma discussão urgente sobre nossa sobrevivência e a preservação do planeta, especialmente em um momento em que as crises climáticas se intensificam gerando medo e insegurança.
Artista apaixonada pela essência da vida, Sonia acredita que ao abordar questões fundamentais como criação, ciclos de vida e regeneração, insere o espectador em uma reflexão sobre a qualidade de sua relação com o todo.
Suas obras, frequentemente puxadas para o marrom vivo, sangrado, e para o azul profundo, semelhante ao azul do artista francês Yves Klein, com o qual ele pretendia juntar-se ao infinito do céu, exploram ciclos, interseções, atentam para a complexidade de tudo que existe.
Assim, pode-se apreciar na exposição: “O sangue não tem cor”, obra composta por pequenas esferas de feltro, semelhantes a hemácias. “Vórtice”, que utiliza círculos de terra para formar o triângulo invertido, forma feminina arquetípica, um útero a simbolizar fecundidade e transformação. “Magna”, que reúne mais de uma centena de seios de argila negra – símbolos da nutrição e da criação, conectados a ovos vermelhos – expressão plena e proliferante do início da vida.
Essas criações artísticas promovem um diálogo rico sobre as relações entre o natural e o artificial, o efêmero e o eterno, a unidade e o todo.