Entre 24 de maio e 26 de julho de 2025, a Claraboia apresenta TERRA, uma curadoria de Moacir dos Anjos e Priscyla Gomes acerca de artistas e obras que têm a terra como suporte moldável ou que a exploram em suas dimensões poéticas e políticas.
A exposição tem como objetivo promover a ampliação e o diálogo entre distintas esferas no campo artístico e, por meio das pesquisas dos curadores, configura-se como um território poético de notável fertilidade e assertividade. “Terra é matéria e é chão onde se vive. É coisa física e é lugar de pertencimento. Como matéria fluida que assume tantas formas ou como território de disputas variadas, a terra está presente em trabalhos de muitos artistas brasileiros, seja como coisa usada para criar ou como motivo para representar o mundo”, escreve a curadoria.
Desta forma, além de agrupar obras por uma ideia central, é um lugar de encontro entre variadas maneiras de interagir com o chão habitado. Neste ambiente, estão expressões artísticas plurais que elegem a terra como fonte de criação e memória viva. Revelando olhares diversos sobre o território, a mostra incita o público a refletir sobre as maneiras de apropriação e enraizamento, aproximando os trabalhos e destacando uma urgência de observá-los como ferramenta de existência e direito coletivo.
TERRA reúne trabalhos de 32 artistas que nasceram ou tiveram atuação vasta em diferentes regiões do território brasileiro, com cerca de setenta obras – entre pinturas, cerâmicas, fotografias, esculturas, vídeo e instalação –, e busca ampliar o olhar sobre o território e destacar uma produção descentralizada, questões diretamente vinculadas aos valores da Claraboia.
Na lista de artista, estão: Abiniel João Nascimento (1996, Carpina, PE), Almir Lemos Nazaré (1973, Maragogipinho, BA), Amadeo Luciano Lorenzato (1900–1995, Belo Horizonte, MG), Antônio Poteiro (1925, Santa Cristina Da Pousa, Portugal – 2010, Goiânia, GO), C. L. Salvaro (1980, Curitiba, PR), Claudia Andujar (1931, Neuchâtel, Suíça), davi de jesus do nascimento (1997, Pirapora, MG), David Almeida (1989, Brasília, DF), George Love (1937, Carolina do Norte, Estados Unidos – 1995, São Paulo, São Paulo, SP), Gustavo Caboco (1989, Curitiba, PR), Hélio Melo (1926, Boca do Acre, AM – 2001, Goiânia, GO), Henrique Oliveira (1973, Ourinhos, SP), Jacque Faus (1986, São Paulo, SP), José Antonio da Silva (1909, Sales Oliveira, SP – 1996, São Paulo, SP), Joseca Yanomami (1971, Terra Indígena Yanomami, AM), José Assunção (1911, Morro da Sela, MG) Josi (1983, Itamarandiba, MG), Júlia Pontés (1983, Belo Horizonte, MG), Maria Lira Marques (1945, Araçuaí, Minas Gerais), Marlene Almeida (1942, Bananeiras, PB), Maureen Bisilliat (1931, Englefield Green, Inglaterra), Mestre Luiz Antônio (1935, Caruaru, PE), Mestre Vitalino (1909–1963, Caruaru, PE), Nilda Neves (1961, Botuporã, BA), Paulo Pires (1972, Poxoréu, MT), Pedro França (1984, Rio de Janeiro, RJ), Raphaela Melsohn (1993, São Paulo, SP), Rodrigo Braga (1976, Manaus, AM), Sil da Capela (1979, Cajueiro, AL), Tiago Mestre (1978, Beja, Portugal), Vinicius Barajas (1984, São Bernardo do Campo, SP), Wallace Pato (1994, Rio de Janeiro, RJ).
A coletiva ainda inclui um núcleo documental composto por publicações históricas. Voltados principalmente à questão indígena no Brasil, estes documentos são compostos por duas reportagens fotográficas de Claudia Andujar publicadas em edições da revista Realidade, que circulou em território nacional entre 1966 e 1976; a célebre série “Os donos da terra”, do fotógrafo francês Jean Manzon, publicada em 1947 na revista O Cruzeiro; o fotolivro Amazônia (1978), de Claudia Andujar e George Love; e o emblemático livro Xingu: território tribal (1979), com fotografias de Maureen Bisilliat e textos de Orlando Villas-Bôas e Cláudio Villas-Bôas sobre as comunidades indígenas do Xingu.