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Agosto Branco e Dia Nacional do Combate ao Fumo conscientizam sobre os cuidados com o câncer de pulmão e sobre os perigos do tabagismo

A campanha do Agosto Branco que marca esse mês é realizada para a conscientização dos cuidados em relação ao câncer do pulmão. A data também coincide com o Dia Nacional do Combate ao Fumo, lembrado no dia 29 de agosto, que visa conscientizar sobre os perigos do tabagismo, o principal fator causador desse tipo de tumor. O câncer de pulmão é o terceiro mais frequente no Brasil, atrás apenas dos cânceres de próstata e de mama, mas é o mais letal de todos. Segundo dados do Ministério da Saúde, 29,5 mil pessoas morreram em decorrência desse tumor em 2020. Em todo o mundo, esse é o câncer mais comum, com 2,5 milhões de novos casos, e mais letal, com 1,8 milhões de mortes em 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o cirurgião torácico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Mario Claudio Ghefter, é muito importante conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo, uma vez que esse é o principal fator de risco associado ao câncer de pulmão. Segundo ele, cerca de 85% de pessoas com esse tumor são fumantes. “Não é todo mundo que fuma que vai ter o câncer de pulmão, mas esse é um fator de risco predominante, já que os fumantes têm até 30 vezes mais chances de desenvolver esses tumores. Para além do câncer de pulmão, o tabagismo leva a incidência de outras doenças como o câncer de bexiga, infarto, AVC, doenças cardiovasculares e arteriosclerose. Um dos fatores mais graves relativos ao câncer de pulmão é o enfisema pulmonar, responsável por aproximadamente 3 milhões de mortes todos os anos no mundo, que faz com que a pessoa não consiga respirar e fique extremamente debilitada”, descreve ele.

Segundo o médico, é importante salientar que o tabagismo não é apenas uma questão de escolha individual, já que as doenças causadas pelo fumo envolvem toda a sociedade e envolvem custos elevados também para a saúde pública.

O especialista ressalta que o Brasil tem sido muito bem-sucedido nos últimos 30 anos em suas políticas de controle do tabagismo, apresentando redução significativa com 12,5% da população fumante atualmente, uma média sete pontos percentuais menores que a média global, segundo a plataforma Progress Hub, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, o cirurgião torácico do Edmundo Vasconcelos reforça que a medicina tem apresentado uma grande preocupação nos últimos anos com os cigarros eletrônicos, ou vapes. “É preciso fazer um alerta especialmente aos mais jovens sobre os perigos desses aparelhos. Ainda nem conhecemos todos os seus malefícios, mas já há uma doença chamada EVALI, denominada assim nos Estados Unidos, que corresponde à lesão pulmonar associada ao uso do cigarro eletrônico ou produto vaping, que tem sido mortal. Já há notícias de diversos jovens que morreram por conta do cigarro eletrônico e é grande a possibilidade de aumentar a incidência de câncer de pulmão por conta disso”, destaca ele.

O grande alerta apontado por Mario Ghefter diz respeito à falta de sintomas apresentados pelo câncer de pulmão em suas etapas iniciais. “Os sintomas nunca são iniciais. Eles sempre aparecem na fase tardia da doença quando as chances de cura diminuem muito. Nesses casos os sintomas já são graves como dores, tosse com sangue, falta de ar e outros sintomas decorrentes da metástase para outros órgãos. Por isso, é essencial realizar o diagnóstico precoce. A detecção precoce do câncer sempre colaborará para aumentar as chances de cura”, explica.

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