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 Cirurgia pancreática inédita no mundo salva mãe e filho em Israel

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Em Israel, uma complexa intervenção cirúrgica inédita no mundo possibilitou que uma gestante não só restabelecesse sua saúde, que estava crítica, como garantisse o nascimento saudável de seu filho na 32ª semana de gestação. O caso aconteceu no Rambam Health Campus, hospital israelense localizado na cidade de Haifa e foi considerada a primeira operação pancreática em uma gestante para tratar hipoglicemia com risco de morte. A paciente estava grávida de seis meses quando passou por uma série de procedimentos sem precedentes que salvaram sua vida e a vida de seu filho ainda não nascido.
 

Meshi Portal, uma paciente de 23 anos, diagnosticada com esclerose múltipla e em cadeira de rodas, concebeu por meio de fertilização in vitro após enfrentar desafios para conquistar o sonho da maternidade. Em sua 18ª semana de gravidez, ela perdeu repentinamente a consciência, o que a levou à hospitalização. Após uma série de exames médicos avançados, os resultados revelaram níveis criticamente baixos de açúcar no sangue, indicando hipoglicemia grave.
 

“Suspeitamos que a paciente tinha um tumor pancreático benigno e que este tumor causava a produção excessiva de insulina. Dadas as complexidades da condição da paciente e os riscos potenciais para o feto, a equipe médica enfrentou uma decisão crítica entre terapias medicamentosas e intervenção cirúrgica. Considerando os efeitos desconhecidos das terapias medicamentosas no desenvolvimento fetal, optamos pela cirurgia”, explica o Dr. Safi Khuri, médico assistente na Seção de Cirurgia Geral da Divisão de Cirurgia do Rambam.
 

A cirurgia inicial tinha como objetivo localizar e remover o tumor. No entanto, as avaliações intraoperatórias não revelaram uma massa detectável. “Apesar das melhorias temporárias após a cirurgia, a condição de Portal piorou, necessitando de uma segunda operação duas semanas depois. Identificamos um crescimento excessivo de células beta produtoras de insulina e realizamos uma segunda cirurgia para remover o tecido afetado”, detalha Khuri.
 

Após as cirurgias, a saúde da paciente Portal se estabilizou, e ela deu à luz um menino saudável por meio de uma cesárea na 32ª semana de gestação.
 

Após o parto, a jovem mudou para terapias medicamentosas, mas continuou a sofrer de níveis baixos de açúcar no sangue com risco de vida. “Uma terceira cirurgia, então, se seguiu, e todo o seu pâncreas foi removido, resultando em diabetes tipo 1. Seu filho também precisou de cirurgia e foi tratado na unidade de terapia intensiva neonatal do Rambam por três meses. Hoje, ele se recuperou bem, está saudável e próspero. A mãe, também com saúde, está aprendendo a controlar seu diabetes enquanto cuida de seu bebê, com toda alegria”, celebra o médico.

A intervenção médica pioneira estabeleceu um precedente para o tratamento de casos semelhantes em todo o mundo. “A gravidez da paciente e as condições de saúde subjacentes apresentaram desafios únicos. Nossa abordagem multidisciplinar e o resultado bem-sucedido demonstram as capacidades da medicina moderna para navegar em cenários tão complexos”, conclui Khuri.

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